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Redações dos alunos da Turma de Geologia Geral e Estrutural (PPGGF)

Na disciplina de Geologia Geral e Estrutural do Curso de Pós-Graduação em Geofísica (PPGGF), ministrado pela Professora Dr. Rosemery Nascimento (tutora do Grupo PET-Geologia UPFA) no Período 2021.1, foi realizado uma atividade onde os 17 alunos matriculados teriam que redigir uma redação com a didática da estrutura terrestre e a tectônica de placas. Dentre todas as as redações, três foram selecionadas para a publicação no site do Grupo PET-Geologia UFPA, a redação dos alunos Taís de Paula Almeida Pereira de Oliveira, com o tema "Questionar move o mundo: a teoria da tectônica de placas", Evandro de Oliveira Brito, com o tema "Tectônica de Placas" e do aluno Horácio Santiago Ribeiro Ferreira, com o tema "Dinâmica da Terra: A tectônica das placas"



Questionar move o mundo: a teoria da tectônica de placas


Aluna: Taís de Paula Almeida Pereira de Oliveira


O planeta Terra é formado por três grandes regiões bem distintas entre si, são elas crosta, manto e núcleo. A crosta juto a parte superior do manto é denominada litosfera, a qual é dividida em 12 placas tectônicas, a séculos as placas são fonte de curiosidade por seus limites parecerem se encaixar uns aos outros como em um quebra cabeça. Alfred Wener foi um dos primeiros a formular uma teoria para explicar esse aparente encaixe: a teoria da deriva continental a qual dizia que todos os continentes separados por oceanos e mares um dia formaram um continente gigante chamado Pangeia, tendo como base similaridades geológicas entre continentes separados por oceanos. Porém seus conceitos em relação a origem do movimento de deriva não convenceram a comunidade cientifica em sua época e somente anos mais tarde foi possível revisar sua teoria.

Durante a década de 60 foi possível estudar o oceano profundo e visualizar padrões no assoalho oceânico próximos a gigantescas falhas que indicavam sua expansão, estes padrões receberam o nome de padrão zebrado pois as características (geológicas, magnéticas) se distinguiam em faixas. Esse tipo de falha recebeu o nome de falha divergente, pois as placas se moviam em sentindo de afastamento, investigando esta evidencia do movimento entre placas foi possível identificar outros dois tipos de limites, o limite convergente, onde as placas chocam-se entre si, e o limite transformante, onde as placas se movem num sentido perpendicular as falhas. Em falhas divergentes há a ascendência de rocha fundida proveniente do interior do manto e ao ter contato com a superfície se resfria e torna-se uma parte nova da placa, já em limites convergentes uma das placas sofre um processo de subducção a qual move-se em direção ao manto onde é fundida. A teoria que melhor explica esse movimento é a teoria do geodínamo a qual tem como causador deste movimento o processo de convecção do manto, onde o material mantélico é superaquecido no limite manto-núcleo tendo sua densidade diminuída e ascendendo em direção a base da litosfera, chegando lá sofre um resfriamento resultando no aumento de sua densidade e afundamento em direção a base do manto. Esse processo é cíclico e em movimentos circulares o que explica o movimento das placas.

Após diversas evidencias que foram refutadas pelo método cientifico ao longo de séculos e somente com as novas tecnologias foi possível proporcionar uma investigação mais precisa sobre os processos geológicos que moldam o mundo do jeito que o conhecemos hoje e graças a elas a teoria da tectônica de placas se mostrou a mais abrangente e generalista de todas. Esta teoria é a mais aceita atualmente, porém continua sendo testada e reavaliada constantemente, pois uma das prerrogativas da ciência é nunca parar de questionar.


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Tectônica de Placas


Aluno: Evandro de Oliveira Brito


A teoria de tectônica global (deformações estruturais geológicas) que se tornou paradigma na geologia moderna, para a compreensão da estrutura, história e dinâmica da crosta terrestre. A teoria baseia-se na observação de que esta camada sólida está dividida em aproximadamente 20 placas semirrígidas. As fronteiras entre estas placas são zonas com atividade tectônica, onde ocorrem mais sismos e erupções vulcânicas.


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Entre 1908 e 1912, foi proposta pelo geólogo alemão Alfred Lothar Wegener a teoria da deriva continental. Nesta teoria, ele afirma que as placas continentais se rompem, separam-se e chocam-se, criando posteriormente cadeias de montanhas. Um dos argumentos mais fortes de Wegener para justificar a deriva continental era que as bordas dos continentes têm formas que se encaixam. Para defender sua teoria, mostrou que as formações rochosas de dois lados do oceano Atlântico - no Brasil e na África Ocidental - coincidem em idade, tipo e estrutura. Além disso, costuma conter fósseis de criaturas terrestres que não poderiam ter nadado de um continente ao outro. Sobre a expansão do fundo do mar, na década de 20, o estudo dos leitos dos mares trouxe evidências de que as dorsais oceânicas são zonas onde se cria nova crosta oceânica. O material chega por correntes de convecção de lava quente, mas esfria e solidifica com rapidez, ao contato com a água. Para dar lugar a esta contínua renovação de crosta, as placas devem separar-se, lenta, porém continuamente. Estes movimentos, impulsionados por correntes de convecção térmicas originadas nas profundezas do manto terrestre, provavelmente teriam gerado, ao longo de milhões de anos, o fenômeno da deriva continental.

Na década de 30, começaram os estudos sobre o processo de subducção através do qual a crosta oceânica adentra no manto e se funde. No local onde uma placa tectônica oceânica se subpõe à crosta continental, o magma produzido causa erupção nos vulcões situados ao longo de cadeias montanhosas lineares, as cordilheiras. A zona afetada geralmente situa-se ao longo de uma fossa submarina, a certa distância do continente. Além de criar e alimentar vulcões continentais, a fusão da crosta oceânica subposta é responsável pela formação de alguns tipos de depósitos de minerais metálicos valiosos.


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Dinâmica da Terra: A tectônica das placas


Aluno: Horácio Santiago Ribeiro Ferreira


Desde os primórdios da civilização humana houveram várias perguntas sobre a origem do nosso planeta Terra e de como ele funciona. A comunidade científica sempre procurou explicar isso através de teorias bem elaboradas diante de vários fatos e indícios científicos. Uma dessas perguntas é sobre terremotos e a dinâmica dos continentes e da superfície da Terra. Através de observações geológicas e geofísicas foi possível elaborar uma teoria que é a mais aceita para entender essa dinâmica da Terra: a chamada Teoria da Tectônica de Placas.

A Teoria da tectônica de placas é oriunda de uma teoria unificada de menos de 40 anos da geologia. Ela surgiu com o estudo da Deriva Continental no século XX, porém se intensificou mais na segunda guerra mundial, quando foi criado o sonar, que permitiu a investigação do assoalho oceânico atlântico, onde temos a famosa dorsal mesoatlântica que corrobora a teoria da deriva continental, mostrando o movimento de afastamento entre os continentes americano e africano. Com isso, alguns estudiosos difundiram a teoria no qual explica o mecanismo para a deriva continental ser possível: a crosta é dividida em placas rígidas que se movimentam na superfície terrestre. Esse movimento se dá de forma que existam placas se afastando, placas convergindo uma na outra e placas transcorrendo, fazendo cada vez mais o planeta e a disposição dos continentes mudarem. No limite entre placas que convergem, a placa que vai embaixo entra na astenosfera e é fundida se tornando parte do manto, enquanto que nas placas que se afastam novo material magmático é expelido para a superfície e ao resfriar se torna parte da crosta terrestre. Os terremotos são explicados justamente através desses movimentos nos limites das placas, onde é visto energia mecânica gerada através de choques e alívios entre placas. Os vulcões também são originados desses limites, quando o magma do manto sobe na superfície de forma mais abrupta. Mas como e por quê essas placas se movem? A resposta veio através de observações geofísicas que permitiram descobrir as correntes de convecção. Elas consistem em um movimento devido as diferentes temperaturas do magma do manto: as regiões mais quentes (perto do núcleo) tendem a subir, enquanto que as regiões menos quentes (perto da crosta) tendem a descer, formando um movimento circular que gera movimento por baixo das placas tectônicas, como podemos ver na figura 2. Essas correntes são limitadas por outras correntes, gerando justamente o limite entre as placas. E em alguns desses limites temos as chamadas plumas mantélicas, que são justamente o caminho que o magma quente faz do núcleo para a superfície, gerando o limite de placas que denominamos como zona de acresção, que é a parte recicladora de material geológico e o que mais gera rochas magmáticas, como também a dorsal mesoatlântica.

A Teoria da Tectônica de Placas é aceita por quase unanimidade na comunidade cientifica, principalmente por apresentar fatos e comprovações praticamente irrefutáveis e que explicam bastante o movimento do Planeta. Através de mecanismos como as correntes de convecção de as plumas mantélicas temos respostas plausíveis para nossas perguntas sobre a dinâmica terrestre. Agora resta aprofundar as pesquisas na área e aperfeiçoar equipamentos para reiterar a Teoria e, se possível, descobrir mais detalhes desses mecanismos importantes para o planeta.


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Anexo das Redações



 
 
 

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