top of page

Relatos de experiência

Desde que foi fundado em 1995, o Programa passou pela organização de três tutores (incluindo a atual tutora, professora Dr. Rosemary Nascimento) e a participação de diversos discentes, seja como bolsista ou como voluntário. Dessa forma, inúmeros são os relatos de experiência das pessoas que estiveram envolvidas com o PET desde então. Com base nisso, foram realizadas entrevistas com uma série de perguntas com algumas dessas pessoas que foram fundamentais para o desenvolvimento do PET e que de certa forma, estão marcadas com certo legado dentro do programa.

Entrevista com o Professor Francisco de Abreu Matos

 

Professor Dr. Francisco Matos, formado em Geologia pela UFPE em 1971, fundou o Grupo PET no curso de Geologia e foi tutor do programa entre os anos de 1995 à 2003.

 

 

  1. O que lhe motivou a desenvolver esse programa no curso de geologia?

Já existia o PET em alguns cursos da UFPA, sendo o mais antigo o da engenharia mecânica e pelo fato de eu conhecer o professor responsável pelo pet na engenharia mecânica, o professor Noronha, ele me mostrou quais eram as vantagem do programa, onde o programa oferecia 12 bolsas, tentava buscar os melhores estudantes com o nível de excelência e a ídéia do programa era formar recursos humanos para as universidades e os institutos de pesquisa federais.

Como eu sempre trabalhei com o esquema de graduação, dando mais importância para a graduação eu vi nesse programa uma oportunidade de criar uma estrutura dentro do curso de graduação em geologia que pudesse favorecer a identificação e o acompanhamento desses estudantes que possuíssem o nível de excelência.

 

   2. Quais as dificuldades encontradas no início do trabalho?

A primeira dificuldade surgiu pelo fato de ele ser um programa concorrente de todos os esquemas de bolsas da Universidade e do CNPQ, então no primeiro momento as pessoas olhavam como uma certa reserva sem saber exatamente qual a finalidade deste programa, não havendo uma clareza muito grande de qual era a intenção do programa, até porque era uma bolsa que o aluno garantia no início do curso e se ele tivesse um bom desempenho ele iria até o final do curso. Isso significava dizer o seguinte, que você pegava o aluno no início do curso e ia com ele até o final do curso e isso inviabilizava que o aluno participasse dos outros programas de bolsa e considerando que esses alunos eram os melhores alunos, isso criava certo problema dos outros professores porque eles não tinham acesso a esse grupo de doze alunos que estavam entre os melhores da faculdade, criando-se certa disputa e uma dificuldade inicial na implantação.

 

   3. Desde o início do Programa, sempre trabalharam com Pesquisa, Ensino e Extensão como hoje?

Sim, só que no começo o programa apresentava outra dinâmica. Além da formação acadêmica, no sentido profissional, nós desenvolvíamos paralelamente outras atividades, que eram atividades culturais, para a formação de cidadãos. Tínhamos assinaturas de jornais, como a Folha de São Paulo e outros jornais de cunho econômico dessa forma tinham discussões do que era tratado nos jornais, sendo discutido os assuntos de natureza econômica, as questões comportamentais da sociedade.  Além disso, tínhamos outros encontros, onde íamos ao cinema, e discutíamos as questões do filme, também tínhamos livros com questões da atualidade para serem posteriormente discutidos, pessoas também eram convidadas para a realização de palestras, não só necessariamente na área técnica. Dessa forma também havia atividades paralelas que eram ligadas à formação da cidadania também na formação de liderança.

 

  4. O programa também buscava trabalhava buscar com a população que habita em torna da Universidade?

Sim, foi aí que surgiu a ideia inicial de interagir com as escolas da periferia, principalmente das que estão localizadas em torno da Universidade, então foi desenvolvido um trabalho de extensão que era a divulgação da geociência nas escolas, onde tínhamos um esquema de palestras, onde alguns alunos do pet acompanhavam o desenvolvimento de atividades em escolas na área de ciências, e dessa forma nós fizemos um trabalho muito forte com as escolas das periferias, principalmente com as do entorno da Universidade.

Os estudantes também faziam estágios com vários professores e nós tínhamos como hábito que ele não ficasse mais de 6 meses com um professor e após esses 6 meses eu fazia um rodízio, onde tinham vários professores que aceitavam os alunos do PET e após 6 meses nós fazíamos um programa diferente e trocávamos, dessa forma o aluno tinha a possibilidades de trabalhar com vários professores diferentes , com várias temáticas, facilitando o estudante na escolha da área que ele queria se dedicar praticando trabalhos de pesquisa e extensão com esses professores.

 

   5. Hoje, você enxerga o PET como um dos melhores programas da graduação na Universidade?

O PET inicialmente era um programa da CAPES e a intenção era descobrir vocações bem cedo nos cursos de graduação, principalmente na área tecnológica, inicialmente a ideia era focar na área tecnológica, principalmente porque nós estávamos dentro da terceira revolução industrial (revolução técnico-informática) e havia um apelo mundial pela formação de pessoas nas áreas tecnológicas, sendo assim os países mais desenvolvidos investiam muito em tecnologia. Dessa forma, vimos uma tendência muito grande de fomentar o desenvolvimento da área tecnológica. Desta maneira, as áreas tecnológicas eram olhadas com mais atenção pela CAPES que queria descobrir essas novas vocações e encaminhar essas pessoas para que eles fossem pesquisadores e professores no sistema federal de pesquisa e tecnologia. Após uma expansão do programa, ele começou a ocupar as mais diferentes áreas.

No começo, além das bolsas, a CAPES tinha uma série de incentivos que eram dados para a participação em eventos, em congressos e vários outros incentivos dados aos alunos. Mas também havia uma certa pressão dada aos tutores para que eles  também cuidassem dessa questão cidadã, sendo uma preocupação muito grande do programa no início. Dessa maneira, o programa foi se expandindo, a CAPES deixou de dar uma apoio mais direto e o programa perdeu uma certa importância no contexto da CAPES e o programa PET hoje não apresenta a mesma força e o mesmo destaque dentro da Universidade que ele tinha no começo, porque no começo ele era um programa focal da Capes para descobrir talentos, tanto que no meu período de tutor do PET, todos os meus alunos fizeram mestrado e doutorado, fazendo do pet um programa que era dirigido vocacionalmente para aquelas pessoas que queriam seguir carreira acadêmica, sendo esse o enfoque principal.

matos.jpg

Entrevista com o Professor Vladimir Távora

 

Professor Vladimir Távora, formado em Geologia pela UFPA em 1989, foi tutor do PET entre os anos de 2003 e 2016.

 

  1. O que lhe motivou a se tornar tutor do Programa de Educação Tutorial?

 A ideia inicial era contribuir para a integração entre os alunos do curso através de ações provocadas pelo grupo de 12 alunos que favorecessem a inserção de todo o conjunto discente do curso.

 

   2. Quais as principais dificuldades encontradas no início do trabalho como tutor do PET?

 Não considero que tenham sido dificuldades, mas foi desconhecer profundamente a legislação pertinente em todas as escalas, de micro (PET) até macro (MEC).  Foi só uma questão de estudar com afinco, e a partir daí trabalhar com dedicação.

 

   3. dentro dos três pilares no qual o PET é pautado (pesquisa, ensino e extensão), qual era o mais difícil de se desenvolver?

 Nenhuma delas se consegue desenvolver sem a definição de objetivos e metodologia de alcançar tais objetivos.

 

   4. Hoje, o senhor enxerga o PET como um dos principais programas da graduação na universidade?

 Não hoje, mas sempre considerei o PET como um dos programas mais eficazes de abrangência na educação superior. Se não comungasse deste pensamento não teria me proposto a ser tutor e ter ficado por 13 anos.

vlad.jpg

Entrevista com o Ex-Petiano Pabllo Henrique Santos

 

Pabllo Henrique, formado em Geologia pela UFPA em 2015, foi bolsista do Grupo PET entre os anos de 2013 a 2015. Hoje trabalha como responsável pelo museu de Geociências do Instituto de Geociências.

 

 

  1. O que lhe motivou a entrar no PET?

Eu participei da celetiva do PET após o fim do meu terceiro semestre e naquele momento eu não realizava nenhuma outra atividade além das disciplinas do curso e então o que me motivou foi a oportunidade de eu me envolver com outras atividades que iam além das atividades acadêmicas.

Dessa forma, o PET foi a oportunidade para que eu podesse me envolver com atividades nas áreas da pesquisa, do ensino e a extensão (que era uma das coisas que eu não praticava muito na Universidade).

 

   2. Dentro do Programa, Qual das três vertentes você mais se identificava (pesquisa, ensino ou extensão)?

Eu sempre me identifiquei mais com a pesquisa. Mais ou menos no período em que eu entrei no PET, eu comecei a trabalhar no Museu de Geociências com professor Marcondes e foi o que mais me cativou no PET, sendo uma oportunidade muito grande para mim.

Entretanto, também me interessei bastante pela extensão, que é algo que eu considero um pouco distante para os alunos da Geologia, onde no inicio eu não gostava muito, mas com o passar do tempo comecei a participar e gostar das atividades de extensão. Dessa forma, hoje trabalho no Museu de Geociências onde a finalidade principal é a extensão. De certa forma a extensão foi a atividade que mais contribuiu na minha formação como profissional.

 

   3. Você acredita que o PET foi fundamental para o seu desenvolvimento na Universidade e para posteriormente entrar em um Programa de Pós-Graduação?

Para entrar em um Programa de Pós-graduação foi sim essencial, pois nós do PET realizamos atividades que os outros alunos da graduação não conseguem realizar, mesmo sendo de outro programa de bolsas, como o PIBIC. Nós do PET temos um currículo com uma quantidade de certificações bem altas ao final do curso que com certeza para entrar na Pós-Graduação é um diferencial.

Em relação ao desenvolvimento durante o curso, o PET também ajudou bastante, pois essas atividades acabam nos trazendo aprendizados como o trabalho em equipe, se tornar mais comunicativo, organização, responsabilidade. Além disso, os trabalhos de pesquisa que eu realizei me possibilitaram conhecer e usufruir dos mais diversos laboratórios que o Instituto de Geociências dispõe, que é algo que muitos alunos não conseguem fazer durante a graduação. 

 

   4. Hoje, você enxerga o PET como um dos melhores Programas da Graduação dentro da Universidade?

Eu diria que ele é o mais completo por apresentar as três vertentes (pesquisa, ensino e extensão). Não sei se é o melhor, pois quando você se dispõe a fazer várias coisas ao mesmo tempo, muitas vezes você acaba ficando sobrecarregado. Mesmo assim, a proposta é excelente e se for muito bem conduzido pelo tutor (a) e pelos discentes, tem potencial sim para ser o melhor Programa da Universidade.

pabllo.jpg
bottom of page