CALCEDÔNIA: ASPECTOS MINERALÓGICOS E DE USO E APLICAÇÃOCOMO ARTEFATOS E JOIAS

CALCEDÔNIA: ASPECTOS MINERALÓGICOS E DE USO E APLICAÇÃO COMO ARTEFATOS E JOIAS

Helton Pantoja Machado (estudante de graduação do Curso de Geologia da UFPA integrante do Grupo PET-Geologia)

Rosemery da Silva Nascimento (Tutora do Grupo PET-Geologia)

Introdução

Calcedônia é um termo genérico para uma variedade de quartzo microcristalino (Fig. 1). Esses micros cristais quando são formados se alinham em paralelo, perpendicularmente ou obliquamente em relação a um eixo cristalográfico. Podem resultar de processos de intemperismo ou de hidrotermalismo de temperatura amena, sendo autígeno em rochas sedimentares como arenitos, diatomitos, calcários, dolomitos, entre outros. Deposita-se por meio de soluções aquosas e é facilmente encontrada ocupando regiões de fraturas e cavidades rochosas Vários são os diferentes ambientes naturais em que este mineral sobrevém e comum são as suas ocorrências, assim como o seu uso é de considerável importância econômica. A sua beleza agrega a ela um material de alto valor comercial dependendo da sua dimensão física.

Fig. 1 - Exemplar de drusa de calcedônia em estado bruto.

Metodologia

Este trabalho de pesquisa envolveu essencialmente levantamento bibliográfico em livros didáticos e websites especializados em mineralogia. A pesquisa é parte integrante das atividades de pesquisa remota desenvolvida pelo Grupo PETGeologia durante o período de isolamento social no ano de 2021 imposta pela pandemia do COVID-19.

Resultados

- Principais características mineralógicas da calcedônia:

Sistema Cristalino: Trigonal.

Hábito: Comumente fibroso. Podendo ser granular.

Propriedades físicas: Sem clivagem; Dureza: 6- 7; Densidade relativa: 2,6 g/cm³; transparente a translúcido, cor variável; Cor do traço: branco; Brilho: ceroso.

Propriedades Óticas: Cor: incolor a marrom claro em seção delgada. Grãos oscilam de cor branca a azul pálido. Relevo: fraco negativo a baixo positivo, n >< bálsamo (ω = 1,531-1,544, ε = 1,539-1,553). Caráter ótico: Uniaxial (+).

-Como a calcedônia e suas variedades foram utilizadas ao longo da história:

Calcedônias, ao longo da história, foram usadas tanto para o uso de defesa pessoal do homem pré-histórico na confecção de ferramentas como machados, pontas de flechas e furadores, como também, adereço de status para as civilizações grega, egípcia e romana. No Brasil, índios que aqui habitavam utilizavam da calcedônia, hematita, jade, amazonita, etc. para a confecção de ferramentas, estatuetas religiosas e objetos de adorno pessoal (muiraquitãs) antes mesmo da chegada dos primeiros colonizadores portugueses. Atualmente é usada em larga escala nas indústrias eletrônicas, químicas e principalmente como de joias e artefatos.

- Registros do mineral calcedônia no território brasileiro:

No Brasil, é comum à sua ocorrência em regiões do nordeste como Bahia, Ceará, Goiânia, Maranhão e Paraíba; assim como também nos estados do Paraná, Rio de Janeiro, Rio grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

- Gemas tipo calcedônia e os processos de lapidação na atualidade:

A calcedônia possui variedades conforme é cristalizada nos mais diversos ambientes. Ágata: variedade de calcedônia translucida com anéis concêntricos. A parte central contem usualmente microcristais de quartzo bem a mal desenvolvidos. Calcita, siderita, goethita ou zeólitas podem ser encontradas associadamente. Àgata-musgo: variação de ágata definida por inclusões dendríticas pretas, ou filamentos de cor castanha, verde avermelhadas, marrom etc..., suportando a massa envolto de cinza ou azul. Ônix: variação de ágata em faixas retilíneas pretas e brancas. É comercialmente vendido como gema, e é colorida de forma artificial. Jaspe: variação opaca, de cor vermelha, marrom ou amarela, por vezes em listras ocasionadas por inclusões de hematita. Olho-de-falcão: contém inclusões de crocidolita azulada. Termo genérico usado para a variedade de olho-de-tigre em que a crocidoilita não recebeu oxidação, o que conservou o seu tom azul. Pedrada-lua: termo desapropriado impostos às variedades leitosas de escapolita, coríndon, calcedônia, entre outros. Crisoprásio: cor verde claro, conveniente da presença de níquel. Chert: nome usado para a calcedônia opaca, cujo ocorre em rochas de estruturas bandada.

O processo de lapidação para o uso em joias comerciais é totalmente artesanal, o artesão com a obtenção dos fragmentos do mineral, utiliza laminas, lixas e ferramentas específicas para moldar a peça manualmente. As técnicas mais comuns são o corte em cabochão (uma face plana e outra arredondada), corte em facetas (faces planas e geométricas), corte em bola (em formato esférico) e corte cilíndrico, para em seguida oferecer o polimento para dar brilho e eliminar riscos e irregularidades ao adereço e oferecer efeitos óticos, o qual pode agregar ainda mais valor produto.

-Tendência das joias de calcedônia na atualidade:

O mercado das joias de calcedônia no Brasil e no mundo ainda é robusto e tende ainda a permanecer, devido a sua relação de custo/benefício aos seus consumidores. Apesar de essas joias continuarem no topo, peças de valores agregados começam a surgir, feitas de materiais mais simples. São as chamadas “biojoias” (Fig. 2), elas são produzidas de materiais renováveis, obtidos de natureza e que podem também utilizar gemas e metais.

Fig. 2- Exemplares de colares que mesclam calcedônia e materiais orgânicos (Fonte: https://vivoverde.com.br/biojoia-moda-sustentavel).

Conclusões

Calcedônia e as suas variedades comumente encontradas no Brasil e no mundo, continuam sendo amplamente utilizadas para a produção das joias, desde os primórdios da humanidade, isto se deve ao fato do mineral poder ser utilizado e esculpido para desfrutarmos da melhor possível. Esses fatores são acarretados, pois leva consigo bons parâmetros para seus quatro critérios de avaliação para definição de qualidade e preço (cor, pureza, peso e corte).

Referências Bibliográficas

Navarro, G. Zanardo, A. Montibeller, C. Leme, T. 2017. Livro de Referencia de Minerais Comuns e Economicamente Relevantes: Tectolisicatos.

Banco de Dados de Minerais ao Microscópio. Disponível em . Acesso em: 10 de Jun. de 2021. Breve História da Mineralogia Brasileira. Disponível em . Acesso em 10 de jun. de 2021. Klein, C. Dutrow, B. 2012. Manual de Ciência dos Minerais 23°.

Sites visitados

www.webmineral.com

www.wikipedia.com